Gênero na aprendizagem escolar
Para Marcello Ricardo Almeida todos devem atentar ao perigo na escola dos diagnósticos, previsões e profecias: “Esse aluno é TDA/H/ADD, aquela aluna Ritalina!” Qual a culpa do establishment educativo, da organização educacional? Cérebros diferentes são iguais as aprendizagens em escolas diferentes? O que os cromossomas sexuais têm a ver com isto? Eis o X ou o Y da questão. Por que nas meninas, a parte cerebral que comanda linguagem e habilidade amadurece antes dos meninos? A compensação ou não é a de que o campo cerebral (nos meninos) que comanda visão e memória espacial amadurece antes das meninas. De um lado, a adrenalina; do outro, a acetilcolina. Se para os meninos é importante o movimento, para meninas cores e texturas. Há dois mundos distintos. No artigo de Serrano , comentando as pesquisas do médico e psicólogo norte-americano Sax, autor do livro “Por questões de gênero. O que pais e professores precisam saber sobre a Ciência Emergente das diferenças de sexo ”, crianças são medicadas com problemas patológicos por “ignorância em relação às diferenças de gênero” (sic). Que lição se extrai das velho-novas pesquisas científicas?
A instabilidade familiar, a clareza às crianças sobre as diferenças, as diluições de conceitos, a hibridez do ser ou não ser nos espaços sociais, a distância das responsabilidades e acompanhamentos com vínculos parentais, pois, no artigo de Serrano, “há poucos adultos perto de meninos e meninas, do mesmo sexo, que sejam uma referência para eles”. Ausência de planejamento? Exigências dos tempos modernos? Lei de quem se obriga a sobreviver na selva de pedras? O que se dizer dos ambientes hipersexualizados ao qual se refere Sax? Aonde vai gênero na aprendizagem escolar e a pesquisa do Dr. Sax? Ensina a pensar? Com a palavra: pais e professores.
Argumento apresentado como assunto fechado, segundo sua fala no Festival Universitário de Teatro, em 1993, pro dramaturgo que criou o projeto "Teatro na Escola o Ano Todo", Marcello Ricardo Almeida, a escola tem mais a lucrar e menos a perder concedendo espaços ao teatro feito por alunos na escola num exercício além dos muros da sala de aula na construção dos processos cognitivos.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
perigo na escola dos diagnósticos, previsões e profecias: “Esse aluno é TDA/H/ADD, aquela aluna Ritalina!”
ética na escola como uma reflexão à ação dos parâmetros educacionais, legais e morais
Ética na Escola como uma crítica e busca de justificativa às normas/regras/valores que nascem da Moral e do Direito. Ética na Escola como uma reflexão à ação dos parâmetros educacionais, legais, morais na história do tempo presente. Se Moral dita regras/valores à cultura social assimilados pelo povo como uma garantia para viver bem; Direito regulamenta, através das leis, o conjunto do povo, ao qual se denominou sociedade, dentro da base territorial do Estado; Ética, este capítulo da Filosofia, de conceito diverso ao Direito e Moral (conceituados acima), contextualiza-se com vigilância epistêmica (que é do que carece a sala de aula na escola contemporânea) às questões gerais do que é justo ou injusto, do que é bom ou mau. Ética na Escola como espaço de liberdade e felicidade na construção do conhecimento para gerar outros conhecimentos que comprovarão ou refutarão os conhecimentos anteriores. E com isto, com esta Ética na Escola, ganhará o lugar cheio de história (o espaço escolar) e a sociedade na qual a unidade escolar existe. (MARCELLO RICARDO ALMEIDA, 1990). http://livrodeetica.blogspot.com/
ganha a escola com a dramaturgia e o lúdico na construção dos processos cognitivos
Marcello Ricardo Almeida explicita que a escola ganha com a dramaturgia e o lúdico na construção dos processos cognitivos. Este é um excerto de uma de suas 200 peças de teatro no método Teatro-Feijão-Com-Arroz registrado na Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT/RJ) publicada na Revista de Teatro 513. A peça BULLYING: NÃO BULAM COMIGO sobre a violência na escola.
SITUAÇÃO DOIS
FASE A – Na escola do Cabeça.
PROFESSORADOCABEÇA: Atenção, crianças! Vamos recapitular a lição de hoje.
COLEGASDOCABEÇA: Vamos!
PROFESSORADOCABEÇA: A lição dos diagnósticos pra rotular um aluno.
COLEGASDOCABEÇA: Sim!
PROFESSORADOCABEÇA: Crianças! Alunos! Crianças!
COLEGASDOCABEÇA: Oi, professora!
PROFESSORADOCABEÇA: Vocês podem gritar mais alto, crianças?
COLEGASDOCABEÇA: Podemos!
PROFESSORADOCABEÇA: Então, lá v@i!
COLEGASDOCABEÇA: M@nda!
PROFESSORADOCABEÇA: Vamos reduzir a normalidade, crianças?
COLEGASDOCABEÇA: Vamos!
PROFESSORADOCABEÇA: Vamos espremê-la?
COLEGASDOCABEÇA: Vamos, sim!
PROFESSORADOCABEÇA: Pô-la dentro duma caixa de fósforos.
COLEGASDOCABEÇA: Sim!
PROFESSORADOCABEÇA: Quem tem excesso de energia sofre de quê?
COLEGASDOCABEÇA: Sofre de transtorno de déficit de atenção!
PROFESSORADOCABEÇA: Ou o quê?
COLEGASDOCABEÇA: Ou de hiperatividade, fessora!
PROFESSORADOCABEÇA: Ótimo, crianças!
COLEGASDOCABEÇA: Vamos pra próxima?
PROFESSORADOCABEÇA: Vamos. E um nível insuficiente de energia?
COLEGASDOCABEÇA: Sofre de depressão!
PROFESSORADOCABEÇA: E os que protestam em excesso?
COLEGASDOCABEÇA: Sofrem do transtorno passivo-agressivo!
PROFESSORADOCABEÇA: Ou? Ou? Vmos, crianças! Ou, ou? Ou?
COLEGASDOCABEÇA: Ou da falta de assertividade!
PROFESSORADOCABEÇA: Muito bem, cranças! Poristo que eu gosto desta turma.
COLEGASDOCABEÇA: Viv@@@@@@@@@@@@@!
PROFESSORADOCABEÇA: O excesso de atenção aos detalhes é?
COLEGASDOCABEÇA: Um comportamento obsessivo!
PROFESSORADOCABEÇA: E o excesso à ideia de agradar os outros é?
COLEGASDOCABEÇA: Também comportamento obsessivo, fessora!
PROFESSORADOCABEÇA: E a falta de interesse às pessoas?
COLEGASDOCABEÇA: É um comportamento anti-social!
PROFESSORADOCABEÇA: Vamos continuar diagnosticando a saúde?
COLEGASDOCABEÇA: Vamos, fessora! Vamos! Vamos!
PROFESSORADOCABEÇA: Qual é a pergunta, hem, Cabeça? Você que tem um braço levantado no meio de seus coleguinhas. Alguma dúvida, hem, Cabeça? Como gosta de interromper minhas aulas! Pergunte, Cabeça. Tá esperando o quê? Pergunte!
CABEÇA: De que doença sofria Cristóvão Colombo, fessora?
PROFESSORADOCABEÇA: Quer me desafiar, Cabeça?
CABEÇA: Não, professora.
PROFESSORADOCABEÇA: Continue. Quero ver aonde vai chegar.
CABEÇA: De que doença sofria Colombo, quando insistiu em atravessar o mar Tenebroso? E Santos-Dumont, que doença sofria quando quis inventar o avião? E Leonardo Da Vinci?
PROFESSORADOCABEÇA: Classe, pra que vaiar o Cabeça?
COLEGASDOCABEÇA: Eeeeeeh! O Cabeça é um. Vovó chama esse tipo, aí, de piolho-de-jorvina.